terça-feira, 4 de dezembro de 2012

So true!


Voltei!! E para ficar!

Voltei!! Porque preciso "disto" para desabafar. Porque às vezes é mais fácil mandar cá para fora o que me vai na alma através da escrita. Acalma o leão que há em mim, dou três berros silenciosos, escrevo umas quantas asneiradas... e acalmo. Supero sem discutir, ultrapasso sem me chatear.

sábado, 9 de junho de 2012

Hino nacional

É uma emoção cada vez que oiço o hino. Então se tiver no estádio até me vêm lagrimas aos olhos. Força Portugal!

sexta-feira, 8 de junho de 2012


Este último ano tem sido de loucos... acho que qualquer dia sou despedida por justa causa!! Entre assistência à família, acidente de trabalho e agora baixa médica já lá vão 12 dias de trabalho ao ar. Realmente não há duvidas de que o cansaço nos deixa bem mais frágeis... assim que o Duarte fica doente é só esperar 3 ou 4 dias que a mãe ou o pai vão ficar logo de seguida. Normalmente é o André que é bem mais florzinha de estufa do que eu mas desta vez bateu-me à porta... tou com amigdalite e depois de dois antibióticos lá tive hoje que levar a bela injecção de penicilina. Isto não passa nem por nada!!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Que amorosos que eles são...


Hoje fui visitar dois dos meus sobrinhos (ela tem 6 anos e ele 3). Quando cheguei estavam concentradíssimos no seu jogo da Wii. Distraí-me na conversa com a minha cunhada e de repente sai-lhes esta:
 
- "Obrigada Pipo, estragas-te o meu jogo."

- "Não tens de quê."

 Desculpa??!! Eu ouvi bem? Criança de 3 anos responde: não tens de quê!! Eles aprendem mesmo tudo!

Amamentação

Ando um bocado inflamada com um post que li algures sobre amamentação... Isto é assim, quem já passou por isso fala e arca com as consequências do que diz, quem não passou, lamento imenso mas esteja caladinho!

Ponto número um: não há cá super mães porque amamentam e más mães porque dão leite artificial. Essa história é uma treta. Há mães que superam bem as dores (porque não acredito que a intensidade das mesmas seja igual em toda a gente) e há mães que não superam e preferem deixar de sofrer e estar perfeitamente capazes de tomar conta dos filhos (sim, porque armar-se em super heroína nem sempre acaba da melhor forma).

Segundo: a ligação que crias com a criança é exactamente a mesma se lhe tás a dar a maminha ou se lhe tás a dar o biberão. Hello! Estás-lhe a dar comida, quer lá ele saber de que forma. Olha para ti com um ar derretido de qualquer maneira! Aliás, quando começas as sopas e as papas deixas de sentir a "tal" ligação só porque já não dás maminha? Bool sheet.

Terceiro: não há leite fraco?? Oh tanas é que não há leite fraco. Vão pró caralhinho as super mães que dizem essa trampa. Se o teu filho mama mais de uma hora e numa semana engorda 70 gramas qual é a justificação para isso? O leite é gordo e muito forte com certeza!

A dita super mãe fala de uma das vantagens da amamentação: "deixas de lavar a loiça e de arrumar a cozinha porque como só tu podes amamentar alguém tem de o fazer por ti." Hello, tivesses escolhido um bom partido e isso acontecia naturalmente! Dizeres que isso é uma das vantagens de amamentar... haja outras que essa não me convence.

Eu passei pela amamentação e sei MUITO bem o que estou a dizer. Não quero falar das vantagens nem desvantagens de um e outro, mas que ambos têm tanto vantagens como desvantagens, lá isso têm! Quando o meu filho nasceu eu comecei por amamentar única e exclusivamente. Passei dias horríveis, com dores insuportáveis e com muitas lágrimas à mistura. Durante algum tempo achei que era assim que tinha de ser: insistir e nunca desistir. Depois o Duarte foi à pediatra e só tinha engordado 70 gramas numa semana. Ela aconselhou suplemento e eu não fiz o que ela mandou. Convenci-a a tentar mais uma semana e a tomar Promil (um suplemento alimentar que ajuda na produção de leite). Mais uma semana com dores, mamilos gretados, muito desespero e pouca convicção de que estava a fazer o mais correcto. Mais uma pesagem e mais um ataque de choro. E claro, uma rebocada da pediatra porque ele não podia passar nem mais uma semana sem acrescentar suplemento a seguir ao peito. Saí de lá triste. Com a perfeita noção de que o meu filho andava a passar fome. E uma coisa vos digo, quando ele começou a mamar mais suplemento, ficou uma criança muito mais calma e eu tornei-me numa mãe muito melhor. Todo o meu stress do peso, das dores, todo aquele sofrimento horrível estava a passar para o Duarte. E haja uma mãe com coragem para me dizer que isso faz bem ao bebé que eu sou bem capaz de a deixar careca. Nenhum stress faz bem a criança nenhuma, e acima de tudo nós temos de estar bem para sermos capazes de lhes transmitirmos calma e segurança. E sabem qual é um dos maiores problemas dos bebés? Insegurança! Acham que uma mãe nervosa vai ter um filho calmo? Jamais.

Eu tentei amamentar e esforcei-me o mais que pude até ter ficado sem leite. Tenho a consciência tranquila de que passei por isso, sei o que é e sei que não quero nunca mais passar pelo mesmo. E estou consciente desta decisão. Ah e tal a famosa ligação... eu não amamento há mais de 2 meses e sabem o que aconteceu na consulta dos 4 meses? A pediatra queria-lhe fazer o rastreio visual e eu tive de sair do consultório porque ele só olhava para mim e não fixava o olhar onde era suposto! Será que se desse maminha esta "cumplicidade" podia ser ainda maior? Duvido muito. Ah, só mais uma coisa... a maminha está sempre pronta, sempre quentinho e tal... é verdade. Mas já ponderaram que há pessoas sem vontade de mostrar as maminhas ao Mundo inteiro? Sim, eu cá nunca gostei de andar às compras e ver uma mama a saltar para a boa de um qualquer bebé. Ou estar no avião e ter de ver a mãe com a mama de fora durante não sei quanto tempo. Lamento, mas a amamentação a mim não me convence.

(Sim, porque já comprovei que a prisão de ventre tanto ocorre nos bebés alimentados exclusivamente a leite materno como nos outros... e isso era a única coisa que me faria mudar de opinião

Abrir uma porta... nem sempre é fácil!

Um dia ainda alguém me há-de explicar porque é que 90% das pessoas deixam a inteligência à porta do avião. Irra que tou farta de ensinar pessoas a abrir a porta da casa de banho. Mas será assim tão difícil? Olham para a maçaneta e rodam. Depois puxam para vocês. Boa? Assim como nas portas lá de casa... Valha-me santa paciência!!!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Internet


Parece estranho mas é verdade. A Internet é um Mundo muito grande e ou as pessoas têm os pés bem assentes na terra ou então... ui, só ficam mais nervosas cada vez que a consultam. Na Internet há 457 mil histórias de gravidezes que correram mal, há 599 mil histórias de bebés pequeninos que ficaram com esta ou aquela doença, que evoluíu para não sei mais o quê... e aquelas pessoas que são fracas de cabeça o que fazem?? Vão à Internet pesquisar tudo e mais alguma coisa. Só que em vez de fazerem como as pessoas inteligentes que filtram o que lêem e só se baseiam em factos reais, não. Baseiam-se numa data de "supostamentes" que nunca chegam a acontecer. Parece até que ficam em casa a olhar para os filhos à espera que lhes apareça uma borbulha não sei onde, ou que a febre suba até não sei quanto. Gente, por favor... CALMA!!! A Internet é para ser usada a nosso favor. Se com isso ficamos mais stressados, então chega. Não a usamos e ponto final, boa?? É que não sei se sabem mas o stress é o maior inimigo de uma pessoa!! Há pediatras, obstetras, a Saúde 24... qualquer coisa! Tudo menos usar erradamente a informação que temos à frente!!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Roubei a ti, Joana, mãe de um Duarte como eu

Esta noite acordei e estranhei o silêncio. Não havia barulho nenhum e pensei que o mundo tinha até acabado e tu te tinhas esquecido de mim. Pus a boca no trombone e tu apareceste. Ainda bem!


Fiquei tão feliz no calor do teu peito que acabei por adormecer antes de mamar tudo o que precisava. Quando percebi que me ias pôr no berço, chorei de novo, mas não tentes negar: estavas com pressa para ir dormir outra vez.


Deste-me de mamar novamente, assim, meio apressadinha e depois trocaste-me a fralda. Estava tudo tão calmo, um silêncio, nós os dois juntinhos.


Estava óptimo e eu perdi o sono. Tu até foste compreensiva, mas começaste a bocejar e fizeste-me dormir. Eu não queria dormir. Talvez eu precisasse de mais dez minutos, meia hora.


Mas tu estavas mesmo decidida a dormir. Foste ficando nervosa e até chamaste o papá. Eu não queria o papá e todos fomos ficando muito irritados. No final de contas acordei a casa inteira cinco vezes. De manhã a nossa família estava com cara de quem saiu da discoteca. Acho que estraguei tudo.


Imagina, chegaste a dizer ao papá que eu estou com problema de sono. Eu não!


Tu é que me vens dar de mamar com pressa e eu sinto que não queres ficar mais tempo comigo.


Os adultos têm hora certa para tudo mas eu ainda não entendi essa do relógio e das tarefas estafantes que as pessoas grandes têm de fazer. Quando o meu corpo está com o teu, quero ficar do teu lado sem me separar nunquinha. Do alto dos meus três meses ainda não descobri que tu és uma pessoa e eu sou outra.


Um dia, eu vou sair por aí, vou saber telefonar mas posso-te deixar doida só por não saberes o que ando a fazer e então vais entender como me sinto agora.


Mas não precisamos dessa guerra mamã! Até lá poderemos nos entender através das palavras.


Sinto a angústia da separação, pois acabei de viver uma das grandes. Tu também, mas vives tudo isso como adulta consciente. Eu ainda vivo no inconsciente.


Por enquanto a nossa comunicação directa fica restrita aos nossos sentimentos inconscientes. Eu não sei nada, tudo é novo para mim. Tu podes até achar que não sabes nada e que tudo é novo para ti, mas eu vou aprender o que tu me ensinares através da tua sensibilidade, dos teus sentimentos em relação a mim.


Sabes, mamã, se queres um conselho, vou dar-to: quando eu chorar à noite, não saltes logo para o meu berço desesperada, como se o mundo fosse acabar. Espera um pouquinho, respira profundamente, ouve o meu choro até que ele atinja o teu coração. Sente o teu tempo, acorda como deve ser e vem-me buscar. Abraça-me devagar, não acendas a luz, fala bem baixinho e dá-me o teu peito para eu mamar. Depois de eu arrotar, mais um pouco só de paciência, pois nós, bebés, somos muito sensíveis aos sentimentos dos adultos, especialmente os das mamãs. Se eu sentir que tu estás com pressa, sou capaz de armar a maior confusão, mas se esperares até ao meu segundo suspiro, quando os meus olhos ficarem bem fechados, as minhas mãos e pernas bem molenguinhas, aí sim podes me colocar de volta no berço que eu não acordo antes de sentir fome outra vez.


Conforme fores desenvolvendo a tua paciência, eu estarei desenvolvendo a minha tranquilidade e nós não teremos mais noites infernais; apenas noites de mamã/bebé, que um dia passam, como tudo na vida.

Cá a mim me parece que tás aqui tás a passar para o grupo dos "ex-amigos" (como diria a falecida). Então mas a Pimpinha quis ter o filho sozinha, foi? Que raio de pai és tu que dormes as noites todas no sofá? Ah e tal é para a gata não estranhar... 4 meses depois a gata ainda não está habituada a que more outro habitante nessa casa? Tem paciência e sê um homenzinho, sim? Ah, e quando ele chora, tu também podes lá ir. E quando ele tem fome tu também tens bons bracinhos pra lhe dar o biberon, ok? Ah, e já agora só mais um pormenor... quando vierem ter com a "malta" esforça-te um bocadinho mais para fazeres boa cara, tá bem? É que a tua cara de frete enerva-me um bocadinho... e se recuar no tempo vem-me à cabeça a passagem de ano e a tua súbita vontade de vir embora no dia 1 assim que acordaste. Na altura pensei: tá com saudades da gata (apesar de só ter passado um dia), hoje acho mesmo é que é uma seca estar connosco... mas tu não tens de vir, a Pimpinha desenrascasse bem sozinha, e acho que nós preferimos na verdade, porque chegares a casa de um amigo e sentares-te à mesa à espera que te sirvam... wake up!!! Século XXI meu caro amigo!

Dia da criança

Mais um dia especial para festejar com o pimpolho. E que lindo que estava quando o fui buscar à escolinha com uma ti-shirt toda giraça feita pelas "educadoras". São umas queridas sempre atentas a estes pormenores que os pais tanto gostam :)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Do alto do teu metro e setenta e cinco consegues ser a pessoa mais pequenina que conheço… és tão, tão pequenina. Nem sequer te vou intitular como a desilusão da minha vida porque isso era dar-te demasiado valor. Mas que foste tu fazer a casa da V.? Ãh? Mostrar a tua falta de personalidade? Dizer mundos e fundos e no fim acrescentar: mas eu só dizia isso porque a D. queria? Mas tu não tens princípios? Tu não tens opinião? Ouve uma coisa minha xunga das barracas (sim, tu sim vens das barracas), ninguém fala sozinho! Ninguém decide omitir a alguém que o filho nasceu porque alguém lhe pediu. Já foste rever as mensagens do teu telemóvel? Quem pediu a quem para publicar no Facebook especificamente antes dela saber? Tu não sejas otária porque eu também tenho muita coisa para dizer. Não vales nada! Não prestas! És uma coninha de merda que ficas espantada com a minha mensagem “não vou ter contigo para te obrigar a sair de casa”. Mas isto não é ser-se directo? Pois, eu sei. Tas habituada ao pessoal que mora lá nas barracas mas até te digo, há muitos que são bem mais educados e que têm muitos mais princípios do que tu. Se te mandei essa mensagem foi uma forma EDUCADA de te dizer: sai à rua com o miúdo, não sejas atada, tem 4 meses e tu não sabes sair sozinha com ele. Mas pronto, como fui educada tu achaste que era uma indirecta… nunca vi uma indirecta tão directa! De ti só quero uma coisa, distância. Muita… e quero que me devolvas tudo o que tens do meu filho, porque se sou tudo o que tu disseste que tens tu as minhas coisas a fazer na tua casa? Ah, falta de princípios… ninguém te ensinou que quando não gostamos de uma pessoa não usamos as coisas dela? Educação meu amor, falta-te educação. Mas sabes uma coisa? O mundo é redondo e hás-de colher tudo o que semeaste. Tudinho. E eu vou-me rir dessa forma que arranjaste para sair por cima que só te enterrou ainda mais. Acho lindo que te tenhas esquecido de falar das tretas que inventaste dos meus anos, que tenhas omitido que antes de eu começar a falar convosco já vocês lhe tinham mandado uma menagem por engano... é linda a tua falta de inteligência, sua burra!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Miguel Esteves Cardoso


Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar. Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'


Dedico este texto a ti, Bruno, porque acho que o soubeste "viver" como ninguém. E tu sabes e percebes o que digo.

Luna do meu coração

A minha sobrinha mais velha fez 6 anos... 6 anos!!!A Luna despertou em mim a vontade de ser mãe. Mostrou-me o que era gostar de alguém incondicionalmente, ter vontade de a educar, de a adormecer, de tomar conta dela quando estivesse doente... Com a Luna aprendi que as crianças são o melhor do Mundo. Temos uma relação simplesmente única e especial e é a mim que a mãe liga se ela não quer vestir a camisa x ou y. Se a tia veste ela também vai vestir com certeza. Ela é especial na minha vida e eu sei que sou muito especial na dela. Quando a vou buscar à escola ela corre para o meu colo com uma genica como se tivesse medo que eu fosse fugir. Agarra-se a mim e não me larga mais. E eu fico babada com ela agarrada a mim, assim tipo lapa que não se quer soltar da rocha. Sei que me adora e eu adoro-a. E apesar de já ter tido de lhe ralar, de lhe ter dado uma ou outra palmada, ela continua a ficar com os olhos brilhantes cada vez que eu apareço de surpresa. PARABÉNS meu amor. Um dia vais conseguir ler este texto e vais perceber a importância que tens no meu Mundo. Adoro-te!!


23 de Fevereiro de 2004

Passaram 8 anos. 23 de Fevereiro de 2004!


Se me perguntares, lembro-me de tudo como se tivessem passado 8 dias. Foste a melhor escolha que fiz na vida e da qual não me arrependerei nunca. Têm sido 8 anos de crescimento em conjunto, mudanças a dois... Há 8 anos atrás éramos uns adolescentes como tantos outros à procura de um sonho. Fizemos companhia um ao outro em muitas maratonas de estudo. Estivemos lá para dar a mão quando a nota não foi a melhor e para dar o maior abraço quando superou as nossas expectativas. Usámos e abusámos da condição de jovens estudantes longe de casa para sair à noite e aproveitar ao máximo aquela idade que não volta nunca. Estivemos ao lado um do outro no dia em que fomos considerados oficialmente LICENCIADOS. Acompanhámos as primeiras entrevistas de emprego um do outro e crescemos com a experiência de cada um. Treinámos noites a fio os testes psicotécnicos porque queríamos ser os melhores.


Nunca vou esquecer o momento em que o teu telefone tocou para te dizerem que o lugar era teu e sei que nunca vais esquecer o dia em que entrei em casa a chorar porque tinha chumbado naquela malfadada entrevista final. Mas a vida é mesmo isto, e quando se fecha uma porta há sempre uma janela à nossa espera, e nós sabemos disso muito bem... São momentos que a vida não nos traz de volta nunca mais e que eu quero guardar para sempre. Foste tu que estiveste lá quando cheguei do meu primeiro dia de trabalho. Foste tu que me deixaste um garrafão de água cortado com um ramo de flores na mesa de cabeceira para eu ser bem recebida de volta a casa depois da minha primeira estadia. Tens noção da quantidade de vezes que rimos juntos? De todos os sítios onde já estivemos juntos? Tu fazes parte de mim e eu faço parte de ti. Juntos somos imbatíveis, inatingíveis. Juntos somos a melhor equipa do Mundo, pelo menos do nosso Mundo...Mas sei que a vida não são só rosas, e também já superámos momentos difíceis.


A grande verdade é que temos uma vida de sonho. Somos dos casais mais estáveis que conheço e sei que nada nos separará. Temos conseguido atingir todas as metas que estabelecemos e isso tem-nos tornado cada vez mais fortes. Temos uma casa linda, um filho lindo, o carro que escolhemos, os amigos que nos completam...


Sei que juntos fazemos uma dupla fantástica e quase quase perfeita. Quando me deixo ir no meu Mundo cor de rosa em que nada nunca me consegue afectar tu trazes-me de volta à terra e quando tu estás no teu Mundo calmo e bastante mais pessimista eu mostro-te o arco íris. E é por isso que te amo, e que sei que vamos ficar sempre juntos. Porque nos completamos, e porque apesar de todas as nossas diferenças (e como nós somos diferentes) conseguimos sempre chegar a um consenso.


E hoje só te quero dizer que és o amor da minha vida, que temos uma família LINDA e que sou babada, muito babada mesmo, pelos dois homens da minha vida.

Mãe voadora


Quando era mais nova adorava passar horas a escrever no meu diário. Escrevia sobre a escola, os rapazes giros, as amigas e os segredos delas, os jogos mais divertidos... escrevia pelo prazer de escrever. E depois, antes do diário chegar ao fim, mandava-o fora com medo que os meus pais o descobrissem. Hoje olho para trás e sinto-me ridícula, nunca tive um segredo que eles não pudessem descobrir, nunca fiz nada verdadeiramente errado... mas na altura achava um pecado mortal ter experimentado um cigarro, ter dito que tinha tido 'Satisfaz' quando na realidade era um 'Satisfaz pouco'... fossem todos estes os erros da Humanidade e o Mundo seria um lugar bem melhor.


Na verdade chamo a isto respeito, medo também, mas não medo que me batessem, nada disso. Medo de os desiludir. Nunca precisaram de me levantar a mão para eu perceber que tinha errado, abriam-me os olhos, e, num simples olhar, percebia o meu erro e garanto-vos, tentava emendá-lo a todo o custo.


Naquela altura não havia crianças hiperactivas nem pais que iam à escola ralhar com os professores porque tinham dado uma reguada nos filhos. Não, naquele tempo era a minha própria mãe que lhes dizia que se me portasse mal, me pusessem de castigo, e lembro-me bem de a ouvir dizer: um puxão de orelhas também não lhe vai fazer mal, se for caso disso.


A grande verdade é que nunca fui uma aluna brilhante, a melhor da sala, mas também nunca fui a pior, e acho que os meus pais sempre lidaram bem com isso. Não me exigiam perfeição, só não queriam desleixo. Nunca perdi um ano e quando dizia que odiava estudar todos me olhavam de lado e pensavam que era mentira, porque nem sequer era aluna de negativas. Mas a verdade é que odiava tanto estudar, que pensava sempre que mais valia estudar um bocadinho e passar que ter de repetir um ano e estudar tudo outra vez. A verdade é que esse pensamento me levou a acabar a Faculdade aos 21 anos, para grande orgulho dos meus pais e meu também. Ainda fiz mais uma especialização e aos 22 entrei no Mundo do trabalho. Eu, uma criança crescida, tinha 22 anos e sustentava-me sozinha. É, sem sombra de dúvida, um dos maiores motivos de orgulho da minha vida. A minha estrela da sorte anda sempre comigo, MESMO.


E agora, numa fase mais calma da minha vida, decidi retomar o meu diário sem nunca ter de o esconder de ninguém, porque ninguém sabe quem eu sou. E por isso, sou a mãe voadora, porque gosto de voar e é aquilo que faço todos os dias. Sou mãe, mulher, dona de casa, assistente de bordo, amiga... sou um ser humano igual a tantos outros, eu ri-o, choro, brinco... e é isso que venho aqui fazer, partilhar tudo isso convosco, sem que saibam quem eu sou. Há momentos em que é mais fácil falar com estranhos :)